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terça-feira, 3 de junho de 2014

Mitos, verdades e curiosidades sobre o Regime Militar de 1964

No dia 31 de março de 1964, o País sofreu um Golpe de Estado e se tornou uma Ditadura Militar. Passados mais de 20 anos do final do Regime, o assunto ainda desperta muita curiosidade e controvérsia.

No dia 31 de março de 2012, foi o aniversário de 48 anos do Golpe de Estado que instituiu a Ditadura Militar no país. Os brasileiros, no entanto, não têm muito o que comemorar. O Regime foi marcado pela censura, pela repressão política, pelas torturas, pelo aumento da dívida externa e até pelo sucateamento da educação. A professora doutora de história da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Mônica Brincalepe Campo, esclarece aspectos sobre uma época controversa do Brasil.

Discorrer sobre a Ditadura Militar no Brasil é como cutucar uma ferida ainda aberta na nossa história. Ainda se sabe muito pouco sobre o assunto. "O maior problema são as inviabilidades jurídicas para trabalhar com esses documentos. Além disso, a própria jurisdição em torno da anistia. A abertura do Regime foi negociada com a condição: ‘pôr uma pedra’ em cima do assunto. Praticamente ninguém tem acesso a esses documentos”, explica a professora doutora.


Mas quem eram os militares?

“É importante entender que os militares são e eram uma classe heterogênea. Por exemplo, na Revolta dos Marinheiros – que aconteceu antes do Golpe – reinvindicavam-se direitos básicos, como descansar e estudar. Além disso, o exército dividia-se em 3 grupos distintos: os da Legalidade (o que eram contra o Golpe), os da Sorbonne (cujo maior representante era o Castelo Branco) e os da Linha Dura, que entraram no poder depois de 68 e impuseram o AI-5”.
“Estes últimos tinham como o maior representante o general Costa e Silva e, em sua maioria, eram de patentes médias. Já os da Sorbonne representavam a elite intelectual dos Militares, a maioria foi estudar na Escola Superior de Guerra e tinham altas patentes. Eles governaram até 68 e depois voltaram ao poder para fazer a reabertura do regime”, responde a professora doutora.


E a Dilma Roussef?

“A Dilma foi uma das muitas perseguidas pelo governo da época. Ela foi uma militante da facção revolucionária, porém diz que armas nunca passaram pela mão dela. Ela pertencia à parte da facção que criava estratégias, do segmento mais intelectual, embora tenha sido sim julgada no Tribunal Militar e torturada.”
“É importante lembrar que a Dilma, no entanto, não lutava pela Democracia, mas por uma Ditadura do Proletariado. O que mostra que a presidente e o seu partido em geral mudaram de ideia e hoje também acreditam na negociação”.

Quem mais fez parte da história da Ditadura e ainda hoje se encontra na política?
“Posso citar alguns nomes de políticos que apoiavam a Ditadura: José Sarney, Paulo Maluf, Antonio Magalhães, Ademar de Barros, Carlos Lacerda”.


Leituras recomendadas:


Cultura Brasileira Utopia e Massificação (1950-1980) – Marcos Napolitano
Além do golpe: versões e controvérsias sobre 1964 e a Ditadura Militar – Carlos Fico
Cálice – Caio Túlio


Referência(s):
http://noticias.universia.com.br/destaque/noticia/2012/03/31/920980/mitos-verdades-e-curiosidades-regime-militar-1964.html


Andressa de Araújo Mendes - Nº: 01



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